30/02/2014
Corações endurecidos
!
LUCAS: 21:25-38
Nos
últimos tempos, o mundo tem assistido a catástrofes naturais sem precedentes. A quantidade e a
extensão desses desastres, tais como: secas, inundações, erupções vulcânicas,
furacões, terremotos e tsunamis têm colocado o mundo em alerta, levando muitos
ao desespero.
Qual o significado desses
fenômenos?
Seriam, porventura, sinais da
parte de Deus? Como devemos encará-los? São apenas manifestações da natureza ou
teriam uma mensagem escatológica?
Antes de prosseguir, sugiro a
leitura do texto bíblico de Lucas 21.25 a 38.
Nesse texto, Jesus alerta quanto
aos sinais que anunciarão o final dos tempos e a sua vinda gloriosa. Segundo
ele, “haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia
entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá
homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao
mundo; pois os poderes dos céus serão abalados” (Lc 21.25 a 28).
Sem enveredar pelo caminho das teologias catastrofistas e evitando a
obsessão de associar esses eventos a determinadas profecias, não podemos,
contudo, ficar indiferentes ao que está acontecendo, como se tudo fosse
natural, isto é, mera movimentação da natureza.
Deus é Senhor da natureza. São abundantes as passagens bíblicas que
confirmam que a natureza obedece ao Criador (Sl 148.1 a 8). Sendo assim,
não seria um exagero afirmar que a revolução da natureza está dentro da ação
pedagógica de Deus em um mundo insensível e surdo à sua voz. Por exemplo, o
dilúvio registrado no livro de Gênesis é apenas um dos episódios bíblicos que
confirmam essa tese (Gn 6 e 7).
Diante da tragédia do Japão e tantas outras que temos assistido, e com
base no relato bíblico de Lucas 21.25
a 38, não há dúvida de que precisamos assumir algumas
atitudes urgentes. Podemos chamá-las de atitudes prudentes em tempos de
calamidade. Vejamos:
1) Temor do Senhor – Esses
acontecimentos trágicos devem despertar em nós o temor do Senhor. Essas
tragédias têm mostrado ao homem a sua fragilidade e insignificância. A segunda
economia do mundo viu a sua vulnerabilidade diante do furor da natureza. A
Bíblia está repleta de relatos sobre eventos trágicos, que despertaram nas
pessoas o temor de Deus (Jn 1.16; Mt 27.54; At 5.11). Segundo o profeta Miqueias, “a voz do Senhor clama à cidade e é
verdadeira sabedoria temer-lhe o nome” (Mq 6.9).
2) Confiança no Senhor –
Conforme o relato de Lucas, Jesus disse que “haverá homens que desmaiarão de terror e
pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus
serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e
grande glória. Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a
vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21.26-28). Não adianta ficar
assombrado ante a iminência do fim. A
atitude sensata é a confiança no Senhor. Segundo o salmista, “os que confiam no Senhor são como o monte
Sião, que não se abala, firme para sempre”
(Sl 125.1). Quando se confia
inteiramente no Senhor pode-se dizer como Paulo: “Porque, se vivemos, para o
Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou
morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
3) Vida Santificada – Jesus adverte: “Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca
vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as conseqüências da
orgia, da embriaguez e das preocupações
deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente,
como um laço” (Lc 21.34).
Os acontecimentos do tempo presente nos desafiam a uma reavaliação da
vida. Não é possível mais a humanidade caminhar como tem caminhado: longe de
Deus e com o coração voltado apenas para
as coisas deste mundo. A santidade pessoal é uma necessidade urgente (Cl 3.1 a 17).
4) Vigilância e Oração – Disse Jesus:
“Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas
coisas que têm de suceder e estar em pé
na presença do Filho do Homem” (Lc 21.36). Essa deve ser a atitude de todos
aqueles que confiam no Senhor e desejam ser mais do que vencedores. É
lamentável perceber que, mesmo diante dos flagelos que têm vitimado o mundo,
tantas pessoas têm se mostrado relapsas, deixando de vigiar e orar. O exercício
de vigilância e oração conforta e fortalece; e deve acontecer tanto individual
quanto coletivamente.
5) Despertamento Espiritual – Lucas
conclui o texto, dizendo que “Jesus ensinava todos os dias no templo, mas à
noite, saindo, ia pousar no monte chamado das Oliveiras. E todo o povo
madrugava para ir ter com ele no templo, a fim de ouvi-lo” (Lc 21:37,38). O povo estava sedento. Diante
da mensagem de Jesus, sobre o fim iminente, o povo levantava de madrugada para
ter com ele e ouvir as palavras de vida.
Diante das tragédias que têm se
multiplicado no mundo, seria natural que as pessoas afluíssem aos templos para
ouvir a Palavra de Deus e se quebrantarem diante do Senhor.
Porém, percebe-se que a maioria parece
estar entorpecida pelos prazeres e preocupações com as coisas deste mundo.
Lamentavelmente, nem mesmo um terremoto de 8,9 graus na escala Richter parece
ser capaz de abalar os corações endurecidos e insensíveis.
O que mais precisará acontecer
para que o mundo compreenda que “a força
do homem nada faz, sozinho está perdido!”.
Quais têm sido as suas atitudes,
diante das tragédias que estão se abatendo sobre o mundo?
Reflita, e que Deus o abençõe !
Ir. Henrique
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