30/01/2022
Um novo ano, e ninguém sabe para onde ir!
Para
cada um de nós, o ano novo traz uma pergunta implícita: O que está por vir? O
que terei de enfrentar? Como será minha vida neste novo ano? Através da
história de Abraão, Deus nos dá mostras de que podemos confiar nEle.
Lemos
no chamado capítulo dos heróis da fé: “Pela fé, Abraão, quando chamado,
obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem
saber aonde ia” (Hb 11.8). O homem de hoje está concentrado em ter garantias e
em ter um plano bem organizado. Ele quer saber por qual caminho seguir e se
pergunta no que pode confiar. Resumindo: ele quer considerar todas as
eventualidades para poder calcular de forma exata e com antecedência quais
atitudes deve tomar. Dificilmente alguém estará disposto a ir para algum lugar
ou a assumir alguma tarefa sem conhecer os detalhes, sem determinadas premissas
e garantias. A história da vida de Abraão também toca a nossa vida. No começo
havia incerteza, mas no fim ele se transformou em exemplo e até no pai de todos
aqueles que crêem (Rm 4.11). O motivo foi a sua confiança inabalável no Deus
vivo e em Suas promessas. A maior segurança em meio a todas as inseguranças
deste mundo é crer na Palavra de Deus.
Abraão
não podia fazer nada além de acreditar naquilo que Deus lhe dizia. Essa atitude
de fé é o mais importante que uma pessoa pode ter. A vida de Abraão foi
marcante porque ele obedeceu pela fé e atendeu ao chamado divino. Sua fé foi
colocada em prática. Fé e ação andam juntas como o violino e o arco, ou como a
chave e a fechadura de uma porta. Se falta uma parte, a outra é inútil, pois
não há como tocar uma bela melodia, não há como abrir ou fechar a porta. Abraão
tinha “somente” a palavra de Deus. O Senhor chamou-o a sair de seu país, a
deixar seus relacionamentos e abandonar tudo o que tinha conseguido até então –
sem saber para onde iria. Mas, olhando para o restante da história de sua vida,
reconhecemos o maravilhoso objetivo que Deus alcançou com Abraão.
Entramos
em um novo ano sem saber para onde ele nos levará. Talvez o Senhor Jesus tenha
colocado em seu coração um certo fardo, um desejo de fazer alguma coisa em Seu
Nome, e talvez você tenha de dar um passo ousado. Também pode ser que você
tenha sido chamado por Deus para executar uma tarefa mas não sabe como
continuar nem para onde isso o levará. Abraão simplesmente se pôs a caminho,
impelido pelo poder da Palavra de Deus.
No
começo deste novo ano é muito importante ter isto diante de nossos olhos:
precisamos nos pôr a caminho, juntar forças a cada momento e orientar-nos para
o alvo. E nosso alvo são as coisas de Deus. É perfeitamente possível que
durante o trajeto sejamos assaltados pelo medo, pois a dor, a tristeza, as
preocupações e outros sofrimentos podem surgir em nossa vida. Pode ser que às
vezes fiquemos resignados no caminho. Mas isto não deve impedir-nos de
continuar marchando em direção ao desconhecido, ao futuro – confiando nas
firmes promessas de Deus. É exatamente nessa área da nossa vida que a nossa fé
no Senhor precisa de um novo impulso.
Depois
de listar os heróis da fé (Hebreus 11), a Bíblia nos diz como alcançar o alvo: “...olhando
firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria
que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que
suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos
fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hb 12.2-3).
Depois
que Abraão chegou à Terra Prometida, ele teve de suportar muitos testes de sua
fé. Enfrentou a tentação de confiar mais em sua própria carne do que no Senhor
que havia lhe dado a promessa. Em algumas situações de crise, tomou as rédeas
em suas próprias mãos e foi derrotado. Mas o Senhor, em quem Abraão tinha
depositado sua confiança, não o deixou cair. No fim, triunfaram a fé de Abraão
em Deus e a fidelidade de Deus para com Seu amigo. O autor da carta aos Hebreus
descreve a fé de Abraão com as seguintes palavras: “Pela fé, peregrinou na
terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó,
herdeiros com ele da mesma promessa” (Hb 11.9).
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Fé e ação andam juntas como o violino e o arco... Se falta uma
parte, a outra é inútil. |
Nós
também podemos, neste ano recém-iniciado, manter a fé nas promessas de Deus,
mesmo quando os outros não nos compreendem e mesmo quando nos vêem como
“estrangeiros” em seu meio. A fé em Jesus Cristo, em quem todas as promessas
têm o “Sim” de Deus e por quem é o “Amém” (2 Co 1.20), nos ajudará a superar
tudo o que é passageiro nesta terra até chegarmos ao grande alvo final. O
caminho da nossa existência vai da tenda passageira da vida terrena para junto
do Deus eterno.
O
objetivo de vida de Abraão era o mais elevado que uma pessoa pode almejar. Ele
não somente sonhava com uma cidade melhor, mas a aguardava com expectativa viva
e cheia de esperança: “...porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da
qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10). Abraão morreu e não
conheceu esse lugar durante sua vida na terra, mas ainda assim ele esperava
pela cidade eterna de Deus.
Não
sabemos quando Jesus voltará; portanto, seria tolo tentar fazer algum cálculo.
Mas uma coisa é certa: também neste ano podemos esperar pela volta de Jesus e
pela Jerusalém eterna. Quer o Senhor volte neste ano ou não, quer vejamos o
Arrebatamento ou tenhamos de morrer antes – o objetivo e a esperança é a vida
eterna com o Senhor, que nos comprou por Seu precioso sangue e que voltará para
a Sua Igreja. Um dia isto acontecerá: os mortos em Cristo e aqueles que ainda
estiverem vivos serão arrebatados para a presença do Senhor (1 Ts 4.15-17) e
terão sua morada na Jerusalém celestial (Ap 21.9-10).
Abraão
acreditava nessa cidade. E quando foi convocado a sacrificar seu único filho, Isaque,
a respeito de quem o Senhor tinha feito tantas promessas, ele “considerou
que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos” (Hb 11.19).
Sejamos
cristãos que esperam pelo seu Senhor, neste novo ano mais do que nunca! Então
valerá também para nós a maravilhosa promessa: “Porque guardaste a palavra
da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir
sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap
3.10).
Ir. Henrique
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