11/02/2015
Você já pensou em jogar a toalha ?
Cada vez cresce mais o número de crentes sem igrejas, são
simpatizantes de Jesus, o Cristo, mas não suportam a ideia de participar de uma
igreja.
Como tenho alguns amigos desigrejados conheço vários argumentos e até
mesmo me identifico com alguns deles.
Todos eles perceberam em algum momento de suas vidas a singularidade
da mensagem de Jesus, ou lendo a bíblia, ou através de uma experiência marcante
na vida.
Todos são unânimes em declarar que Jesus é único caminho e que sua
proposta de vida é incomparável com qualquer outra proposta entre outras
religiões.
Mas também todos sentem tremenda dificuldade de se envolver em uma
igreja local, uns por terem vivenciado a terrível experiência de serem julgados
ou descriminados por alguns religiosos na igreja; outros por se indignarem ao
verem tantos líderes, principalmente na TV, com esse discurso da prosperidade,
com uma santidade que não passa de marketing para enganar o povo; e ainda tem alguns
que simplesmente não sentem a necessidade de ir na igreja toda a semana, sentem
que é apenas uma rotina religiosa que faz pouca diferença no dia a dia, alegam
que conseguem se “recarregar” sozinhos em casa lendo a bíblia e conversando com
alguns amigos.
Eu entendo os desigrejados, até porque todos esses sentimentos já rondaram
a minha alma, e já cheguei a pensar seriamente tempos atrás em deixar de ir na
igreja por esses três motivos.
Mas acredito Graças a Deus, que
viver desigrejado não seja bom para ninguém.
Poderia usar o simples argumento de que não é projeto de Deus para
ninguém viver a vida sozinho, nem o próprio cristo fez isso, nem nenhum dos
seus primeiros discípulos.
Mas não é apenas uma ideia bíblica, na pratica vejo que a fuga dos
religiosos julgadores não gera uma vida sem julgamentos, pois fora da igreja
temos muitas cobranças e muitos dedos apontados. Com um agravante, com menos
pessoas ao lado para compartilhar as fraquezas e decepções. Sem contar com a
nossa consciência que é a acusadora principal por não cumprirmos o que é certo.
Caímos também no terrível erro de generalizar todos os líderes
religiosos como oportunistas e falsos, esquecendo que o líder (pastor) que é
correto e vive a proposta do evangelho não fica fazendo auto marketing do tanto
que é santo, pois aprendeu direto com Jesus que quando se faz uma boa coisa,
que seja em secreto.
Esse tipo de líder, seguidor de Jesus, está em toda parte, menos na
mídia, por isso você só o encontra indo passar um tempo ao seu lado, nas
igrejas onde eles estão servindo. Os desigrejados acabam cometendo o erro que
sempre condenaram nos outros, o de julgar e colocar injustamente todos no mesmo
“compartimento”, e pior, vivem com essa culpa sozinhos.
E aos que além disso tudo vivem bem sem a rotina de participar toda
semana de uma igreja local, acabam sendo enganados por eles mesmos, por não
perceberem que não conseguem ter sozinhos a disciplina de procurar o Jesus que
eles admiram, e vão se afastando lentamente de uma comunhão saudável e
proveitosa com Deus.
Amam a proposta de Cristo, mas não suportam o seu corpo. Enxergam a
incapacidade da igreja em ser boa, mas não enxergam a sua própria incapacidade
de fazer o bem. Condenam a igreja por uma parte que é intolerante, mas não se
condenam por não perceberem a intolerância do seus próprios corações.
Viver em comunidade não é uma proposta apenas para nos sentirmos
melhor, mas para enxergarmos no outro que não somos quem gostaríamos de ser.
Nessa experiência semanal de frustração o Espírito de Cristo nos transforma em
pessoas melhores, mais parecidas com Ele.
Mas quando Deus nos criou à sua imagem e
semelhança, Ele nos criou com a disposição para relacionamentos. Deus não nos
criou para que fôssemos ilhas, ermitões, pessoas isoladas; Deus nos criou para
que pudéssemos viver em comunhão uns com os outros.
Entendo os motivos dos desigrejados, mas não creio que
seja a melhor opção. Deus os abençoe.
Ir. Henrique
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